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História da Patinação Artística

A Patinação Artística sobre rodas teve suas origens na Patinação no Gelo, através de movimentos executados com a finalidade de desenhar figuras.

Surgidos na Noruega como meio de locomoção, os patins (de gelo) mais antigos datam de 1000 a.C., sendo feitos provavelmente de ossos maxilares de veados presos aos pés.

No final da Idade Média, a tendência natural de competitividade dos seres humanos logo os incitou a realizarem disputas, patinando no gelo com elementos que causavam menor atrito, como ossos, lâminas de madeira e posteriormente lâminas de ferro que proporcionavam maior velocidade.

A partir daí, iniciaram-se então as competições de criatividade, que consistiam em desenhar figuras com as lâminas dos patins no gelo, associando-se à capacidade de realizar as figuras com leveza e graça, criando-se assim a Patinação Artística.

Em meados de 1870, James Leonard Plimpton patenteou um projeto de patins de quatro rodas, com um “tacão” de borracha na parte da frente. Surgia o “patim moderno”, parecido com o existente nos dias atuais. A novidade permitia executar movimentos circulares.

Em 1876, com a inauguração do primeiro centro de patinação e a criação de diversos rinques em Paris (França), a Patinação Artística passou a se expandir por toda a Europa.

Antes da Primeira Guerra Mundial (1914), a patinação vivia uma fase de muito entusiasmo, chamada de “BELLE ÉPOQUE”, época em que sua prática nos rinques e parques tornou-se ponto de encontro da elite.

Porém, a Primeira Grande Guerra provocou o fechamento de muitos rinques em diversos países. A patinação foi extinta.

Aos poucos, com a guerra quase por terminar, os países onde se praticava patinação, sentindo que sua juventude tinha necessidade de atividades esportivas, começaram a reativar suas atividades e a patinação ressurgiu de forma organizada e seu desenvolvimento foi crescente.

No Brasil (em São Paulo), no início de 1900, a Patinação era uma atividade exclusivamente recreativa, trazida da Europa pelos filhos de famílias ricas que lá concluíam seus estudos superiores. Tornou-se então um modismo a prática da patinação em rinques e parques, que naquela época serviam de ponto de encontro para a alta sociedade.

Os rinques de patinação, de acordo com o modismo da época, passaram a promover os chamados “concursos de patinação”, onde o patinador se apresentava para o público presente, que ao término das apresentações colocava seu voto numa urna, levando-se em consideração a patinação, naturalidade, elegância e perfeição do melhor patinador(a).

Nessa fase inicial dos concursos, segundo alguns relatos, havia um patinador brasileiro de nome Antoninho Marques, que tornou-se famoso por ganhar todos os concursos em que participou.

Em meados de 1916, surgiu nos rinques José Erotides Marcondes Machado. “Tidoca”, como era conhecido, foi o primeiro brasileiro a participar de um concurso de patinação artística no Exterior, mais precisamente, na França.

Em 1920, “Tidoca” sagrou-se, de forma invicta, campeão brasileiro da modalidade ao vencer todos os concursos de que participou.

Entre 1936 e 1943, a patinação artística passou por período de estagnação no Brasil. Só em 1944, com a inauguração de alguns rinques de patinação, um deles o Rinque Boa Vista, na Ladeira Porto Geral, que a modalidade voltou a ser praticada com regularidade.

Após sua inauguração, em 20 de setembro de 1944, o Rinque Boa Vista tornou-se palco de apresentação dos principais patinadores nacionais. Entre eles, Tidoca Marcondes Machado e Julieta Meira Braga, campeões brasileiros na categoria Clássicos, Otavio Orlandi e sua neta Lourdes Alvarenga na categoria Ritmo, Glauco Giannesi e Branca Banhos na categoria perfeição, Casimiro Valinhos, chamado de grande saltador, na categoria Arrojo, Alvaro de Oliveira Desiderio e Fanny Stefan na categoria Elegância, Rafael Bologna na categoria Classe, e Antonio Requena Neto e Ligia Perissinoto, considerados a melhor dupla brasileira da época na categoria Harmonia.

Em 1947, foi realizado o I Campeonato Mundial de Patinação Artística, promovido pela FIRS (Federação Internacional de Roller Skating), na cidade de Washington (EUA). O Brasil participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial na Alemanha somente em 1972.

Enquanto continuavam os concursos em rinques, a patinação iniciou uma nova fase, passando a ser praticada também em clubes. Aproveitando a vinda do espetáculo sobre rodas Skating Vanities, na década de 50, estes começaram a organizar shows. Esta fase perdurou até a década de 70. A partir daí a Patinação Artística tornou-se competitiva e poucos shows continuaram a existir.

Em 1955, o Comendador Hiada Torlay passou a fabricar patins de rodas no Brasil.

Na década de 1970, com seus próprios recursos, Torlay convidou técnicos e patinadores do Chile, Argentina, Uruguai e Colômbia, para darem cursos de patinação. Iniciou-se a implantação da patinação artística competitiva na América do Sul.

Em 1971, foi realizado o I Campeonato Sul-Americano de Patinação Artística no Ginásio do Ibirapuera, com a participação de Brasil, Uruguai, Argentina e Colômbia. A brasileira Cecília D’Andrea sagrou-se a primeira campeã sul-americana da modalidade. Cecília voltou a repetir o feito em 1973, tornando assim bicampeã continental.

Em 1972, o Brasil participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial de Patinação Artística em Bremen (Alemanha).

A convite do Comendador Hiada Torlay, Cecília D’Andrea, que apenas pretendia assistir ao campeonato, objetivando adquirir mais experiência, efetivou sua inscrição na categoria individual feminino e participou do XVII Campeonato Mundial de Patinação Artística.

Nos dias 7 e 8 de maio de 1975 foi realizado o I Campeonato Brasileiro de Patinação Artística no Clube Militar do Rio de Janeiro.

Desde então, a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação tem realizado regularmente campeonatos brasileiros e participado de todos os campeonatos sul-americanos, pan-americanos e mundiais.

Fontes (consulta):

 

Publicado originalmente no site CBHP em 05/05/2002

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